Como eu havia comentado com vocês no mês de novembro eu tinha separado o livro "O sol é para todos" para ser um dos meus desafios do mês. Hoje venho compartilhar com vocês minhas impressões sobre este livro, que é tido por muitos como essencial na lista de leitura.
Pois bem então vamos lá.
O livro foi publicado no ano 1960 e virou roteiro para um filme de mesmo nome no ano de 1962, sendo inclusive ganhador do Oscar de melhor roteiro adaptado.
A historia é narrada em pela personagem Scout uma menina que esta sendo criada em Maycomb-Alabama no ano 1936. Scout e seu irmão Jem são filhos de Atticus Finch, advogado, que descende de uma família antiga e próspera na região que teve sua fortuna graças ao algodão e escravos. E começa a partir de uma fato estabelecido, uma fratura que deixou algumas pequenas sequelas em Jem, e os fatos que levaram até aquele terrível incidente vários anos antes.
"Só existe um tipo de gente: gente."
Apesar de a escravidão ter acabado nos Estados Unidos em 1863, a cidade em que irá se passar a historia ainda é o cenário de muito preconceito, e este é com certeza o pano de fundo principal desta historia. O preconceito é analisado através da fala de uma jovem menina e seu irmão, que tentam entender o mundo a sua volta e o comportamento muitas vezes controverso de seus moradores.
Scout, Jem e Dil (este ultimo sobrinho de uma moradora da cidade que passa as ferias lá) nos levam a conhecer através de sua perspectiva infantil todos os moradores da cidade. Estes terão um papel fundamental na historia principal. Durante toda a primeira parte do livro iremos acompanhar suas aventuras e brincadeiras, os primeiros dias na escola, os dramas, as separações de classe social. Seu convívio com a família e com a cozinheira Calpurnia uma negra que trabalha para eles e que muitas vezes fará o papel de mãe destas crianças, uma vez que a mãe deles já morreu.
"Mas antes de ser obrigado a viver com os outros, tenho de conviver comigo mesmo A única coisa que não deve se curvar ao julgamento da maioria é a consciência de uma pessoa."
Curioso é que antes mesmo de chegarmos no conflito principal do livro, o julgamento de um negro acusado de estuprar uma jovem branca, defendido por Atticus Finch, podemos perceber o caráter do pai e vamos também acompanhando o desenvolvimento das crianças.
imagem do site www.thinglink.com |
Nesta figura ao lado temos uma ideia da cidade de Maycomb e podemos situar locais onde fatos importantes da historia deste livro ocorreram. No site em que ela está hospedada e possível inclusive conhecer algumas curiosidades da historia clicando cobre alguns pontos do mapa. o link para você conferir e só clicar aqui.
"Para nosso tribunais todos os homens nasceram iguais."
Apesar de o julgamento ser talvez o ápice da historia o que fica ao final da leitura vai muito além disso. O livro e repleto de frases que nos levam a reflexão sobre como somos capazes de de julgar e que muitas vezes, mesmo tendo certeza do que é o certo a se fazer, somos incapazes de faze-lo.
As lições que o personagens Atticus passa aos filhos vai do respeito ao próximo, manter-se fiel ao seus valores morais, ser paciente pois a mudança na sociedade ocorre de maneira lenta mas que não podemos desistir delas.
"Estamos dando um passo a frente, pequeno mas, mesmo assim, um passo."
Muitas coisas me chamaram a tenção nesta historia mas algumas delas eu gostaria de ressaltar. Entre elas é que, apesar de todas as conquistas, vivemos ainda infelizmente em uma sociedade preconceituosa. O negro sofre preconceito até os dias atuais, a mulher que é vitima de estupro ainda é muitas vezes tratada como a causadora do assédio, somos muito melhores em falar que fazer, temos muita dificuldade de nos posicionarmos ainda que saibamos distinguir o certo do errado.
"Existem coisas no nosso mundo que fazem homens bons perderem a cabeça, não conseguiriam ser justos nem se quisessem. Nos nossos tribunais, quando se trata da alavra de um branco contra a de um negro, o branco sempre vence, É horrível mas é a vida."
Não é um livro dinâmico com grandes reviravoltas mas é daqueles recortes do cotidiano que por ser tão familiar torna-se um tapa de luva na cara.
"Fazer parte de um juri obriga um homem a decidir e se pronunciar sobre algo. E os homens não gostam de fazer isso. Às vezes é desagradável."
Vale muito a pena que você insista na leitura e ao acabar faça uma boa analise de todas as reflexões propostas na historia.
Cena do filme "O sol é para todos" baseado na obra de Harper Lee |
CURIOSIDADES
- O ator Gregory Peck que interpreta o Atticus ganhou o oscar de melhor ator por este papel.
- O filme foi indicado em nada menos que oito categorias no Oscar de 1963
- O ator Robert Duval que interpreta o recluso vizinho Artur Radley ficou seis semanas sem tomar sol para interpretar o personagem.
- O filme figura na lista dos filmes mais importantes do seculo XX
- O livro é a única obra publicada em vida pela norte-Americana Netle Harper Lee.
- A trama é repleta de sutilezas e simbolismos a começar pelo título original em inglês; To kill a Mockingbird = Matar um rouxinol que sintetiza o mal.
- O livro é vencedor do pulitzer, premio norte-americano dado a pessoas que realizam trabalhos de excelência no jornalismo, literatura e composição musical.
Espero que a resenha desperte em você, que talvez ainda não tenha lido esta obra, o desejo e a curiosidade para ler.
Se você já leu ou viu o filme me conta ai o que achou, do livro e do filme!
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