Oi Pockets!
Hoje Vamos conhecer mais uma autora Nacional.
Ela foi a quarta selecionada para o nosso projeto #EuLeioNacionaisCP, e vamos ler durante todo o mês o livro Cadeados, então com certeza teremos resenha dele depois por aqui.
NUCCIA POR NUCCIA:
Meu nome é Nuccia (soa como Nútchia), uso apenas o último
sobrenome que é De Cicco, e não uso pseudônimo na escrita. Nasci e moro no Rio de Janeiro.
Tentei começar a escrever com 12, 13 anos, mas daí eu mesma
percebi que meu “livro” estava uma cópia descarada do plot do livro de Stephen
King que eu li. Aí desisti e voltei a estudar para ser veterinária. Aí, em
2014, quando já tinha defendido o doutorado e estava mais tranquila, decidi
seguir um conselho da minha amiga e escrever minha biografia da surdez.
Enquanto escrevia, fazia cursos de escrita.
Na época, 2014, eu resolvi escrever porque eu sentia necessidade de ampliar o
conhecimento das pessoas, de fazer a surdez chegar mais longe para que as
“pérolas” diminuíssem. Só que depois, eu gostei do negócio. Criar personagens,
criar mundos, mudar o mundo de alguém com suas palavras... Isso é...
encantador! E dá um alívio, sabe? Como se eu fosse muitos e precisasse dividir
meus “eus” com mais pessoas.
GÊNERO LITERÁRIO
Até ano passado eu não tinha um gênero muito bem definido
para mim, tanto é que tenho contos de vários gêneros, desde terror, dark
fantasy até tragédia e juvenil. Mas, agora é diferente. Eu me encontrei no
drama e no chick-lit. Drama porque eu tenho essa facilidade com palavras que
causam carga dramática, que mudam emoções. Chick-lit porque eu mesma sou mulher
cheia de problemas pessoais e profissionais, que luta, que busca seu lugar no
mundo e que passa por situações no mínimo engraçadas e não convencionais.
O maior obstáculo na vida de escritora? Tempo! A gente passa muito mais tempo divulgando do que
escrevendo. Temos de conciliar o tempo de escrita, com o de divulgação, o de
criação de material gráfico para divulgação, o de trabalho em outro emprego (na
grande maioria dos escritores) ou em outros (eu tenho mais de 1), o de cuidado
da casa, o tempo de família, vida social, e... tempo para mim mesma. Sempre foi
minha maior dificuldade. Nem correr atrás de editora ou ler entrelinhas de
contratos é tão difícil assim.
Todos os meus livros têm editora. Um está com novo contrato
iniciando, outro finaliza neste fim de ano. Mas, agora eu trabalho nos
bastidores de uma editora, então todos terão “casinha”. Mesmo assim, se eu
quisesse vender como independente, neste momento da minha vida, eu saberia
como. Até início de 2019, mal fazia uma ideia.
E processo criativo para você como funciona? Diria que sou de veneta. Tem dias que a inspiração vem de
potes de vidros quebrados e tem dias que vem de uma temática definida. É muito
aleatório e sem controle! No entanto, depois de definido o tema principal e o
gênero a história, consigo imaginar o desenrolar. Se o personagem é feminino ou
masculino ou outra identificação. O que ele quer, o ambiente em que vive, etc.
Nome e títulos surgem do nada. Do nada mesmo. Eu só tenho o cuidado de ver se
combinam com a personalidade. Na maioria das vezes, sim; quando não combina,
tento mudar, nem sempre funciona. Daí pra desenvolver as conexões é mais simples.
E toda e qualquer questão que precisa de pesquisa é prioritária. Sem uma boa
base, nenhuma história engata direito.
INFLUÊNCIAS:
Particularmente, acho que não tenho influências de um ou
outro autor. Isso porque eu leio muitos autores diferentes, de vários gêneros,
de várias épocas, de vários países. Mas uma colega já me comparou a John Green,
Nicholas Sparks, e eu nunca li os deles. Atualmente, tenho começado a ler
autoras nacionais de chick-lit, como Fê Friederick Jhones, Aline Cabral,
Ludmila Bahia, Vanessa Bosso e Gil Fox, então acho que elas irão me
influenciar.
MÚSICA E PLAYLIST:
Infelizmente, por conta da surdez adquirida há quase 15
anos, não consigo montar playlist para acompanhar durante a escrita, porém meus
leitores montam uma que combine com o livro, daí que salvo e divulgo.
Já que não posso ouvir músicas, como jujubas.
Se um escritor disser que não há nenhum personagem com um
pedacinho dele, é mentira!
Inspiração vem de todo lugar, então sim, tenho personagens
com características minhas e de amigos e de conhecidos e de... Bem, a lista é
longa. Exemplo: Pamella e Íris, irmãs de “Cadeados”, são opostos no quesito
personalidade e modo de lidar com problemas, e ambas têm um pouco de mim. Íris
tem o jeito extrovertido de falar com as pessoas e de enfrentar tudo na cara de
pau, já Pamella tem o gosto das roupas, maquiagem, e a sensação de estar se
perdendo quando o mundo fica te dando porrada.
REGIONALISMO:
Sim! Gosto de me ambientar em locais conhecidos, como minha
cidade, ou cidades que visitei, mas também já escrevi sobre mundos fictícios,
ou lugares aos quais ainda não conheci pessoalmente. Só requer mais pesquisa e
imaginação.
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Dois solos, a biografia ‘Pérolas da minha surdez’ e a ficção
dramática ‘Cadeados’. Participei demais de 15 antologias e organizei uma, a
Antologia Fantásticos, de contos sobre pessoas com deficiência.
Qual o livro favorito entre os que você publicou ou
escreveu?
Pombas, não me faz escolher entre dois filhos queridos!
Quer acompanhar a autora nas redes sociais? Ela tem conta em praticamente todas as redes sociais, no
entanto a que mais usa é o instagram e o facebook, além de um site próprio.
FUTURO
Minha biografia será republicada em setembro, com novas
informações e tecnologias sobre surdez. Logo em seguida, retomo a escrita do
chick-lit, que possui um diferencial bacana (que ainda não posso revelar) e que
traz outra personagem com deficiência auditiva.
RECEPÇÃO AOS NOVOS AUTORES
Eu acho que é bem complicado. É mais fácil quando esses
autores são lidos através de parceria, seja própria deles com o
leitor/influenciador ou da editora. Porque ai os leitores estão dentro da sua
zona de conforto, e depois da indicação outros leitores vão surgindo. Se a
gente esperar um leitor curioso, demora mais. Há um grande preconceito com
autores nacionais.
PROFISSIONALIZAÇÃO
Acho, sim! Muito! Cursos, oficinas, tutoriais, dicas.
Qualquer profissão que se preze precisa de estudo constante. E, em escrita, é
essencial que o autor além de estudar, leia. Sem isso, não se aprimora e estará
sempre em desvantagem.
Eu acho que começa com as personagens, quando decidi que
iria ampliar a representatividade surda. Não importa se é protagonista ou
secundário, sempre tem alguém com deficiência auditiva. Meus leitores me dizem
que minha marca é a descrição de cenas e a leitura na forma de conversação,
despojada.
PING PONG
Cor: Preto, roxo e vermelho, nessa ordem rs
Filme: Da magia à sedução
Série: Charmed
Música: a “minha”: Don’t cha, das Pussycat Dolls
Cantor(a): Shakira (Eu também adoro)
Raiz ou Nutela: Depende muito do dia rs
Dia ou noite: Dia (envelheci?)
Frio ou calor: Calor, pelamor!
Livro físico ou e-book: Ambos!
Casar ou comprar uma bicicleta?: Bicicleta no Errejota é
pedir pra ser assaltada. Melhor casar.
Ficção ou Não-ficção: Ambos, depende da vontade.
Viajar ou ficar em casa: Viajar!!!! (Acaba longo pandemia)
Gato ou cachorro: Já fui de cachorro, agora sou mais gato.
Fast Food ou Comida caseira: Comida caseira e saudável (com
exceção das jujubas)
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E aí, gostou da nossa autora de agosto?
Já conhecia o trabalho dela?
Me conta tudo, vamos conversar um pouco mais ai nos comentários.
Beijos até a próxima!!!
Muito obrigada pelo convite, pela divulgação e por escolherem meu filhote para uma LC tão legal! Obrigada pela entrevista também. Sempre um prazer participar! <3
ResponderExcluirAhhhhhh Nuccia de Cicco é minha autora brasileira contempoânea favorita, tomou o lugar da Talita Rebouças. Cadeados é simplesmente m.a.v.i.l.h.o.s.o. Não tem como não amar a Pam.
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