Ler esta obra me fez derramar inúmeras lágrimas, uma história estupenda
e extraordinária de sobrevivência e amor entre familiares. Jeremy Dronfield nos
trás o diário secreto do pai Gustav Kleinmann somado a uma meticulosa pesquisa com
provas documentais criando uma narrativa maravilhosa, apesar de dura, cruel
extremamente real e envolvente.
Amo
livros que relatam fatos verídicos, através de cartas e ou diários, neste conhecemos
vemos de pertinho o como as traições eram comuns para se obter o mínimo de
privilégio junto aos alemães. Vizinhos nem pestanejavam para entregar os judeus
para serem escravizados e exterminados.
Gustav e Fritz, seu filho, foram capturados pelos nazistas em
Viena e enviados ao campo de concentração de Buchenwald, após torturas, maus-tratos,
doenças e presenciarem inúmeras mortes, o pai recebe transferência para
Aushwitz no auge da guerra e o filho se voluntaria para ir junto.
Gustav escreve diariamente escondido ao longo dos seis anos em que habitou os campos de extermínio, e o próprio Fritz desconhecia este fato, pois claro se o pai fosse pego o filho ainda teria uma chance de sobrevivência.
Nas páginas temos as saudades, as dores ao ter seus familiares desaparecidos ou enviados à Inglaterra e USA, apesar da crueldade existente nos campos de concentração Gustav consegue transformar tudo em poesia.“Entra dia, sai dia, o triturador chacoalha, chacoalha, chacoalha e quebra a rocha, e masca o calhau, hora após hora. De pazada em pazada em sua bocarra. E os que o alimentam com seu labor, sabem que come, mas nunca fica saciado. Primeiro devora a pedra, depois são eles os devorados. (O caleidoscópio da pedreira, Gustav Kleinmann)”
Os
dois possuíam habilidades como pedreiros e o que era garantia a sobrevivência
dos dois era a sentença de morte de outros, eles auxiliavam a construir as câmaras
de gás.
Em um dos relatos dele é exposto que algumas eram especificas para execrar
através do fogo opositores políticos, eslavos, homossexuais e deficientes
físicos.
Lágrimas caem sem esforço ao lermos os momentos de confrontos com guardas sádicos e agentes torturadores da Gestapo.
Gustav um sobrevivente resistente se apoia em Fritz e encontra milhares de motivos para para não esmorecer, uma verdadeira mensagem de amor paterno, o afeto vencendo qualquer provação.
Jeremy Dronfield através dos relatos de Gustav nos mostra o pior e mais feio lado da humanidade, com certeza merecia uma adaptação cinematográfica.
Uma
história única e incrível, apesar de dolorida e implacável é maravilhoso saber
que eles apesar de todos os abusos, violências sofridas permaneceram juntos e
sobreviveram a estes cinco anos inimagináveis, e isto tudo relatado
minuciosamente em um diário que nos é oferecido através da magnificência de Jeremy
Dronfield.
E vocês também curtem esta temática? Deixe seus comentários.
Espero que tenham gostado da resenha, beijocas e até a próxima.
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