Olá pockets!!!
A resenha da vez é de uma história inspiradora de Isabel Salomão, filha de imigrantes do Líbano que vieram para o Brasil após a primeira guerra tentar a sorte. Desde pequena teve que dividir o mundo real e difícil da década de 1930 com seu mundo particular espiritual, pois aos 9 anos de idade, ela começou a ver coisas que não compreendia e mal sabia ela que essas visões definiriam seu futuro e a maravilhosa trajetória de sua vida em ajudar e acolher pessoas.
Apesar de ser teoricamente um livro
biográfico, a narrativa de Daniela Arbex, faz parecer que estamos lendo um
romance, pois na primeira parte do livro, ela intercala os eventos históricos
da vida de Isabel, não os desenvolve em ordem cronológica, no início do livro,
por exemplo, já nos deparamos com ela trabalhando na escola de laticínios Cândido
Torres aos 21 anos, sendo reconhecida como uma mulher muito prestativa e
inteligente, até para os padrões da época, pois ela mesmo tendo só terminado o
primário, o seu nível cultural era bastante elevado – descobriremos o motivo mais a
frente em uma de suas primeiras revoluções na cidade onde nasceu-. É neste
momento da narrativa que ela vai perceber que é diferente das pessoas, visto que tem
um senso elevado de “percepção” dos acontecimentos e das pessoas à sua volta, isto após dois jovens quebrarem um equipamento caríssimo na escola e esconderem o
fato de todos, depois que um professor descobre o acidente e acaba acusando um
aluno injustamente de ter quebrado, Isabel prontamente (e sem “explicação”
alguma) vai diretamente aos dois alunos que cometeram o acidente fazendo eles
confessarem, e após a chamada repentina de Isabel, os dois garotos se
questionam como ela descobriu (um acusa o outro de não ter guardado segredo
para a professora rs),após o ocorrido ela entra em choque, e decide ir atrás para
descobrir o motivo dessas “coisas” que acontecem com ela. Com a ajuda de seu
mentor na escola, ela acaba descobrindo sua mediunidade e o início da sua
trajetória na então recente religião Espírita brasileira, na qual vai ter um papel
fundamental - é a pioneira- para estabelecer o Espiritismo em Juiz de fora, onde vive até hoje.
Isabel Salomão na época da Escola Cândido Torres e atualmente. |
Sequencialmente a essa narrativa, a história
volta para infância de Isabel, onde conhecemos sua família, e a luta que eles
tiveram para sair do Líbano em meio a guerra para se estabelecer no Brasil, seus
pais, Chaíde e Nagib Shalom – que passou a ser Salomão-, adquirem uma fazenda
no sertão mineiro e tocam a vida. Neste momento vemos a difícil situação que Isabel passava para lidar
com os estudos e ajudar os pais, pois naquela época, por volta de 1935,
existiam poucas escolas, e estas eram distantes da fazenda, ainda assim, ela não
só conseguiu terminar os estudos como vivenciou um dos grandes momentos que o
livro vai nos mostrar: Com apenas 14 anos, ela sentia vontade de todos que moravam
aos arredores, tivessem acesso à escola, então decidiu por conta própria, dar aulas pra eles, chegando inclusive a desafiar o Prefeito da cidade, foi
pessoalmente no gabinete dele e se comprometeu em ter no mínimo uma sala com 35
alunos matriculados, o prefeito abismado
com a garra da pequena Isabel, prometeu que se ela conseguisse tal feito, iria
nomeá-la professora do município. No fim, ela conseguiu montar no quarto da
fazenda uma sala de aula com 45 alunos frequentes, demonstrando a grande
sensibilidade em querer ajudar as pessoas. É neste episódio que descobrimos que
sua mediunidade começava a florescer, tendo início nos seus 9 anos, ela vira e mexe
escutava ou via pessoas estranhas, seja em seu quarto ou no caminho de volta da
escola, ela relata essas visões para seus pais, mas ambos não acreditam e acham
que se trata apenas de “coisas de criança”.
Do estabelecimento de Isabel como
praticante do espiritismo, o livro vai abordando suas conquistas pessoais, seu
namoro (que também é envolto nestes mistérios da religião, pois ela sem
conhecer seu então futuro marido Ramiro Monteiro, quando o vê pela primeira
vez, ainda na escola Candido Torres, afirma para sua colega que irá se casar
com ele, eita rsrs) como também no cenário da religião, com a criação do seu próprio centro espírita “Casa do caminho” em 1981, onde recebeu a visita do ilustre Chico
Xavier – até então, a referência da religião no Brasil-, e o anexo do centro que transformou
em uma escola e abrigo para crianças em situação de risco, essa parte é
emocionante, ao passo que mais uma vez somos apresentados à força de caridade de
Isabel; pois mesmo com a realidade brasileira ausente de leis para a solução do
problema das crianças em situação de risco – lembrem-se que o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) só vai ser realidade em 1993- , ela em pleno início da
década de 1980, inaugura a instituição “Lar do caminho” que apenas com trabalho
voluntário, vai ajudar mais de 500 crianças.
Isabel e as crianças da primeira turma do Lar do caminho |
A maior influencer de Juiz de fora é ela!!!! |
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu fiquei interessada na história desde a primeira vez que vi uma publicação da editora, falei dele pra você e acabastes lendo antes de mim...hahaha...já o conheço antes da leitura, mas quero ver de perto as experiências inexplicáveis desta mulher!!! Fico curiosa pelas pessoas que não acreditam em nada e ver a reação delas com as histórias da Isabel. Com certeza vou ler!!!
ResponderExcluir