Olá Pockets!!! mais uma resenha saindo por aqui, desta vez, de uma obra sensacional da editora L&PM Pocket: Enterrem meu coração na curva do rio.
Como o próprio subtítulo indica, o livro traz a dramática história dos índios (atualmente o termo mais coerente é indígenas) norte americanos, os capítulos do livro abordam de forma paralela o progresso do homem branco americano nas terras indígenas, os principais marcos históricos o bibliotecário Dee Brown fez questão de citar, a diferença fica na exposição da visão dos verdadeiros donos das terras exploradas por eles, os indígenas.
É nesse detalhe que o livro foca, e o mais interessante é que o autor fez todo um amplo trabalho de pesquisa com documentos oficiais da biblioteca dos estados, e trouxe os depoimentos e relatos que sobreviveram aos feitos históricos dos americanos, dos próprios indígenas, com isso, nos dando um panorama das duas visões sobre os acontecimentos, os quais já estamos acostumados a ver somente um lado e pintando esse lado sendo o herói -relembre a visão dos indígenas retratado pela cultura pop americana, em episódios do Pica-Pau por exemplo-, o que Brown desmorona com sua pesquisa, durante a leitura, vemos como foi o encontro entre as tribos e os ingleses, algumas pacíficas de início, porém, se tornando cada vez mais complicadas quando eles iniciam a expansão pelos territórios e forçando as tribos a saírem de seu local de origem.
Um dado interessante é que em muitos encontros, os indígenas cedem por livre vontade as terras pra eles -e até os ensinam os manejos e cultivos da terra-, pois consideram a terra grande e suficiente pra todos, no entanto, começam a sentir arrependimento por isso, em um depoimento, o último descendente da tribo dos Taico, que receberam Cristóvão Colombo em São Salvador explana: Parece que eles tem ódio de tudo o que vive, matam a terra, os riachos, os peixes e as florestas, não deixam nada sobreviver.
Nessa relação de conflito e alguns momentos de união (principalmente no período da guerra civil, onde algumas tribos cederam seus guerreiros para a tropa dos casacos azuis), conhecemos nomes que se tornarão ícones na luta indígena como o Touro Sentado e Jerônimo, dentre outros que darão a sua vida para manter viva a sua cultura e seu povo.
Leitura mais do que recomendada!!!
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