Hello queridos, como vão? E a louca dos desafios contra-ataca novamente hahaha, participando do desafio de 2.023 do @book.ster, o tema de janeiro foi: 1ª Guerra Mundial, o livro escolhido: “Irmão de de Alma” de David Diop.
Guerras: Primeira Guerra, Segunda, assim como todas as outras o que a história não conta é que são e foram fruto da mesquinhez dos grandes governantes e seus interesses políticos velados ou não existentes.
Isso ocasiona o efeito cascata que no faz sentir na pele e na alma por muitas gerações, as dores da separação as inseguranças do retorno ou ainda as notícias de seus falecimentos precoces, sofrimentos que pairam sobre os familiares que ficaram.
Diop sabiamente nos apresenta os confrontos, o método utilizado pela França que se valeu dos estereótipos do racismo como tática de guerra amedrontando os alemães dos “negros com sede em extirpar seus oponentes”.
Irmão de alma é um romance estupendo, belíssimo e talvez nem hajam adjetivos o suficiente para enaltecer a exposição da linha tênue que separa a vida da morte, a da criação e da completa destruição, um livro que nos deixa emociona, ao mesmo tempo que nos sentimos perturbados e impotentes vem a exultação e a gratidão por saber e reconhecer que existiram guerreiros que deixaram de lado seus principais valores morais para que pudéssemos hoje enxergar as mudanças que se fizeram mesmo com o alto preço pago.
As escolhas que são tomadas diante do risco eminente nem sempre são as melhores e sabemos que cada um daqueles sobreviventes tivera que conviver por anos a fio com os sangues embutidos em suas almas e em suas medalhas ao sobreviveram a um massacre que não puderam se recursar participar.
“eu não escutaria mais a voz do dever, a voz que ordena, a voz que impõe o caminho.”
“Meus pensamentos pertencem apenas a mim, posso pensar o que quiser.”/ “eu me permiti impensável.”
Culpa e arrependimento, perda e a necessidade de vingança, é inimaginável o que cada um deles passou a cada segundo ali naquele território, isso é desnudado por Diop ao criar esta narrativa esplêndida.
“Quem sou eu? Já não sei mais.”
Cada um dos personagens construídos não se encontram ali por acaso, são necessários para adentrarmos neste mundo criado por Diop, um mapeamento da sanidade, das dores, das inseguranças, enlaçados aos choques culturais e das línguas, um feito exposto com magnitude nesta escrita.
Poderia falar por horas do impacto que este livro me trouxe neste início de 2023, e se não fosse indicação do @book.ster talvez ainda não o tivesse lido, mas que grata surpresa ter tido esta oportunidade. Há muito a se dizer sobre os impactos desse livro, a um só tempo, sonho e pesadelo.
Cabe a cada um de vocês também se desafiarem e conhecerem este mundo desconhecido apresentado por Diop. Ao terminar a última página queria muito responder ao questionamento de Ndiaye:
“…por que a espessura do meu corpo e a sua força superabundante não poderiam também significar paz, tranquilidade e serenidade?”
Uma leitura dolorida, mas lynda e necessária.
Beijocas e inté a próxima.
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