Hello Queridos Pockets !!! E lá vamos nós para o título 3/16 do desafio dos Continentes, desta vez um nacional: "Uma Tristeza Infinita" de Antônio Xerxenesky.
A destruição em massa não foi apenas física, e sim totalmente mental naqueles que sobrevieram, conhecemos a história através de Nicolas, um jovem psiquiatra francês, convidado a trabalhar em um hospital suíço conhecido por seus métodos humanizados de tratamento, pouco após o fim da guerra.
Ele passa a cuidar de vários pacientes, e em especial de L. que pela manhã não tem forças nem para acordar. Este livro nos surpreende e emociona pela profundidade e leveza simultâneas com que aborda temas tão pesados e complexos que estão no centro de sua trama.
Nicolas lida com a culpa de ter se escondido e muito bem saiu ileso, carrega o pesode não ter lutado ao lado de tantos outros.
“Como somos cegos, todos nós, horrivelmente cegos, e estúpidos, e burros, Nicolas pensou muitos anos depois, na Suíça, quando se lembrou do pai, de repente, quando se deu conta de que o suicídio era uma causa de morte tão frequente, o que não deveria ser, mas todos somos tristes, terrivelmente tristes, e estamos imersos nessa tristeza infinita, cósmica, uma tristeza do tamanho do universo ou do espaço vazio dentro do átomo, e pensou que pelo menos agora estava na Suíça, estava em um país neutro, em um país imune à história, e que agora estava livre, agora a história não mais o perseguia, a Suíça era a-histórica, atemporal, isolada, blindada, e não percebeu como continuava ingênuo, tão estupidamente ingênuo.”
Uma médico que não consegue curar e nem melhorar sua própria melancolia ao passo que necessita acalentar outros pacientes. Uma leitura, dolorida, cruel, mas inesquecível.
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