Eu ganhei esse livro de uma amiga especial, a Camila do grupo Unidos pela Leitura, o qual eu amo. Mas só tive a oportunidade de lê-lo agora, e eu amei essa leitura.
"Você vai se acostumar com quase tudo. Até comigo"
E a vida pode virar de cabeça para baixo de uma hora para outra, e é isso que acontece com Megan Bright, de 13 anos, que descobre ter um tumor no cérebro e que terá que passar por algumas sessões de quimioterapia antes de tentar uma cirurgia.
Inicialmente, Megan pensa que é uma piada, mas ao perceber que seus pais não estão rindo, ela precisa encarar a verdade: ela tem câncer e precisa se cuidar. Depois que a ficha cai, Megan é internada no hospital e, para piorar, fica na ala pediátrica, onde terá que lidar com crianças choronas e um único adolescente chamado Jack.
Jack entra no quarto de Megan sem ser convidado e a atropela com o apoio do soro, mas ele não se importa. Com naturalidade e um sorriso no rosto, ele dá boas-vindas a Megan, que imediatamente decide odiar esse menino que parece sorrir mesmo estando internado. Jack, aos 16 anos, está acostumado com as idas e vindas do hospital por causa do câncer, mas leva tudo com bom humor e sempre se mete em confusões com as enfermeiras, sendo adorado pelas crianças da ala.
"Mocinhos lutando contra bandidos. Quimioterapia lutando contra o câncer. Tudo isso acontecendo em suas veias e artérias, correndo em direção àquele lugar onde as coisas tinham dado errado. Megan se perguntou se o bem sempre vence o mal, como acontece nos filmes e nos contos de fadas."
Como Megan menciona, Jack tem um fã-clube de meninas com menos de 9 anos, todas apaixonadas por ele, exceto ela, que decide não querer fazer amizade com ele por ele ser muito intrometido e por dizer que suas amigas não iriam visitá-las, o que a deixa furiosa. Com o tempo, Megan percebe que ele apenas quis alertá-la da verdade.
Quando a realidade aparece, é em Jack que Megan encontra apoio, formando assim um laço de amizade e encantamento entre eles. Megan topa fazer várias loucuras com Jack, o que torna seus dias no hospital menos tristes e melancólicos. Megan também conhece a pequena Kipper, de apenas 7 anos, que está internada há algum tempo e passa por uma confusão de sentimentos devido à doença, mas que vê em Megan uma amiga.
"Olha... Eu só quero que você encare a situação como um todo, só isso, não apenas as partes que doem. Não é só dor. Você não pode transformar tudo em dor."
A história não só mostra a percepção de Megan sobre sua doença, mas também como sua família e amigos reagem a ela. Mostra como alguns familiares de outros personagens se sentem, além de apresentar o dia a dia das enfermeiras e como elas lidam com cada paciente.
Esta é uma história tocante que te faz refletir sobre a vida. Para alguém que já teve um membro da família com câncer (como eu), sabe como é difícil, porque não sabemos o que dizer ou fazer para a pessoa se sentir bem, nem como confortar os outros familiares. É um sentimento de impotência.
"Todo mundo se sente perdido de vez em quando, como um náufrago quechega a uma ilha sem nenhuma esperança de sair dela. Às vezes, esquecemosque temos pessoas que nos amam e vão tentar fazer tudo o que estiver ao seualcance para nos ajudar. Às vezes, esquecemos que somos mais fortes do quepensamos"
Confesso que chorei, mas apenas no final, porque é dito algo tão verdadeiro que te deixa com o coração apertado. A escrita da autora é leve, mesmo com um tema tão forte, o que faz a leitura fluir de maneira rápida. E no final, ela explica como surgiu essa história, o que é muito interessante.
Jackson Dawes, da altura das portas,parado em pé com aquele chapéu velho e surrado, cantando aquelas velhas canções, dedilhando o suporte do soro como se fosse um contrabaixo. Badum, dum, dum, dum; badum, dum, dum. Seus quadris gingam de leve, a cabeça acompanha, o sorriso é largo, do tamanho do sol, como se aquele fosse um dia qualquer, como se o mundo não pudesse ficar melhor, como se o futuro fosse mais brilhante que as estrelas.
Beijos e leiam este livro! :)
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