Pretérito mais do que perfeito

Olá Pockets!!!

A resenha da vez é de uma Hq paraense (não, não é sobre tacacá e açai rs): Pretérito mais do que perfeito!!

O quadrinho é bem original, tanto na narrativa, quanto na forma como ela é estruturada, o personagem não é um ser humano, e sim um lugar, a Praça da República, localizada no centro da cidade de Belém.

Dentro da própria obra, a proposta é justificada usando o conceito filosófico de Hegel, O zeitgeist, que resumidamente é o espírito do tempo, onde um lugar pode refletir toda a cultura e época que está sendo feita, nessa linha, a Praça da República- o lugar onde ela existe-, diz sobre o que está acontecendo, por isso, desde sua origem até os tempos atuais, a obra também pincela um futuro distópico, ela está presente mostrando e contando uma história, a história das pessoas, da cidade, do mundo.

A HQ tem divisões temporais que se conectam a cada final de quadro, iniciando com o surgimento do lugar onde será a famosa praça, que era em sua origem, um lugar ermo, divisor de propriedades, e depois um cemitério para pessoas escravizadas, depois, sendo “palco” como uma praça, para acontecimentos históricos importantes: a Belle époque, o auge da borracha, da revolução de 30, do tri campeonato mundial da seleção, do regime militar, do auge da internet e até uma possível realidade distópica, em que a praça é esquecida e tentam resgatá-la, enfim, a obra é um passeio pela história do Brasil e do Estado do Pará, celebrando sua personagem maravilhosa: A praça da República! leitura super recomendada!!!